MONOGOMANIA

Por: Egídio Garcia Coelho

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MONOGOMANIA

Em nosso “Curso Livre Individual de Auto-ajuda” que ministramos no Instituto e também no “Ensino a Distância” pela Internet, temos constatado que somos procurados por conta do "stress", da "depressão" e da "síndrome do pânico", com mais freqüência do que outros distúrbios que tratamos. E notamos que algo existe em comum nos alunos, com mais evidência nessas três causas. A questão principal que tem se revelado acentuadamente é a do "relacionamento". Ela tem sua origem, normalmente nas dificuldades de um casal (ou pai e mãe) despreparado para a realidade da vida, distribuindo conseqüências das mais diversas. Avaliado de forma superficial encontraremos na psicologia e literaturas, soluções miraculosas, parecendo ser de fácil aplicação. No entanto muito dos nossos alunos têm percorrido inúmeros consultórios e buscado na literatura, tais soluções sem muito sucesso. Há quem pense que uma simples regeneração do pâncreas pode dar por curada a síndrome do pânico. (Vale ressaltar aqui o conhecimento que temos do imensurável número de pessoas satisfeitas e que se consideram curadas sem ter nos conhecido e sequer saber da nossa existência). O que temos feito é mergulhar com muita profundidade na questão, levando os que nos procuram a um "encontro consigo mesmo" através da espiritualidade, procurando resgatar suas origens religiosas como ponto de partida. E sem impor tendências, numa seqüência, procuramos abrir caminhos para que os tetos filosóficos impostos pelas religiões possam ser rompidos, os dogmas vencidos e as verdades reveladas no seu interior para que a compreensão permita melhor qualidade de vida. Sou de formação católica e freqüento a Igreja com minha família, o que não significa estar de acordo com a doutrina na sua íntegra e estar submetido a seus dogmas. Conheço sim minhas limitações impostas pela formação genética que poderiam me trazer mais conflitos interiores dentro de qualquer outra doutrina reencarnacionista ou não. Muitas das minhas respostas foram encontradas nas filosofias orientais, porém, o fato de não ter os olhos puchados terão que ser levados em conta, colocando-me em meu lugar.

Nossa sociedade pode ainda ser considerada conservadora e muitas pessoas se deixam levar pelo instinto de acasalar e também sua intuitiva missão de cultivar o amor como sendo uma manutenção necessária. E do inconsciente coletivo, brota ainda uma pressão com fundo conservador conflitante com o mundo moderno.

A velocidade com que as mudanças tecnológicas vêm se processando, acabam por afetar nossas atitudes e comportamentos, levando um significativo percentual de pessoas a optarem por sucessivos relacionamentos informais durante a vida, evitando comprometer-se com uma verdadeira união conjugal formalizada.

Na diversidade em meio às mudanças, resistem alguns sociólogos idealistas optando por formalizar a união sobrevivendo como que milagrosamente no modelo familiar original e é inegável no entanto que destes saem para as estatísticas o registro de um crescente número de divórcios. Precisamos somar ainda o crescimento da união de pessoas do mesmo sexo.

Somente uma profunda reflexão espiritual e filosófica poderia nos levar a entender tamanha revolução comportamental. De alguma forma o ser humano acaba tentando preencher suas necessidades criando às vezes conflitos inconscientes que refletem diretamente não só no relacionamento conjugal.

Os divórcios e os sucessivos relacionamentos informais, já permitiram a identificação de algumas das causas. O hábito de "delegar ao parceiro a responsabilidade pela sua felicidade" é uma delas, sendo que outra é "posicionar-se como vítima" para se poupar de buscar as verdadeiras causas do rompimento que em muito poderiam contribuir para evitar que tudo viesse a se repetir numa nova relação.

No jogo da vida, se começar uma nova partida com outro, dentro dos mesmos critérios, possivelmente os mesmos resultados serão repetidos, somando-se novos perdedores.

Ao que parece ainda não se tolera a poligamia, mas em defesa da monogamia, estamos presenciando uma ciranda que pode ser qualificada como "MONOGOMANIA", ou seja, sucessivas monogamias, admitindo um só parceiro, só que de cada vez, não importando no entanto quantas vezes.

Ainda não conseguimos presenciar na íntegra a tão sonhada “Regra de Ouro”, defendida por tantas religiões e diferentes culturas, pregando “fazer aos outros, apenas aquilo que gostaríamos que os outros nos fizessem”.

Com um pouco de entendimento chegaremos a compreensão de que não se trata de algo tão difícil de ser alcançado porém, também não pode ser qualificado como fácil porque na verdade é apenas simples, bastando para se chegar ao ideal, pôr em prática nossa necessidade urgente de "parar com a alimentação dos nossos egos famintos" (OS SETE PECADOS CAPITAIS) que fazem da vida um jogo. E como não estamos jogando pra perder, acabamos conquistando com nossas sucessivas vitórias um solitário e triste final que fatalmente nos espera calado.

Diante do exposto, não se faz necessário mencionar os preconceitos e sim ressaltar que na preocupação que temos de alimentarmos a necessidade de julgar os outros esquecemos das nossas responsabilidades nos preocupando em falar demais, esquecendo que o correto mesmo é fazer o que tem que ser feito, ou seja, agindo disciplinadamente, mantendo-se calado e apresentando os resultados que tanto esperamos dos outros.

Uma boa terapia pode nos ajudar a enxergar muitas vezes o que inconscientemente somos incapazes de querer ver. “Quem Sou Eu? Visto aos olhos dos outros, com quem precisamos conviver”.

Tudo isto, posto numa profunda linguagem filosófica e espiritual, seria resumido em pouquíssimas palavras...porém, com a compreensão na mesma proporção pela falta de se praticar o silêncio e a meditação.

Refletir...

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