Um olhar de bala perdida

Então, não ocasião da próxima guerra mundial,

talvez eu encontre a bala,

de um olhar como o seu,

e talvez ela me atinja

e me derrube

e me faça lembrar

como é perder o chão,

como foi na primeira vez

que peguei na tua mão

e pedi o seu telefone.

E você me deu,

a mão e o seu número,

junto com um sorriso.

Que sorte do caralho, eu pensei...

O cara sai de casa,

e te encontra,

e se apaixona,

e se perde

e se acha,

sem que nada daquilo fosse esperado.

E talvez só numa ocasião

de um mundo devastado

ou de um apocalipse

eu venha a sentir algo parecido

novamente.

Pra ser o que sou hoje,

foi preciso ter o seu olhar

como uma bala no meu coração partido.

E talvez um dia

eu encontre outro olhar, outra pessoa,

finalmente

para acordar

o que acreditei

já ter morrido.

Rômulo Maciel de Moraes Filho
Enviado por Rômulo Maciel de Moraes Filho em 11/01/2017
Reeditado em 06/04/2022
Código do texto: T5878592
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