Nisa e os maiores lutadores do mundo - Apresentação

Um pequeno resumo antes da historia....

Nisa entra em uma fenda temporal e vai parar no meio da final do campeonato de lutas chamdo “The King Of Fighters no ano de 1997”. Ela viaja no tempo para 10 anos atrás da sua época por acidente e procura conhecer todas as pessoas envolvidas naquelas lutas emocionantes e tristes que ouviu falar.

Nisa benthon é uma Alien criada aqui na terra pelo pai adotivo.

Altura: 1,54

Cabelos furta-cor originalmente. Mas sempre mudam de cor de acordo com humor que ela tem.

Habilidades:

copia de golpes de qualquer pessoa,

leitura de mente,

viagem no tempo X espaço,

transformação de ataque inimigo em defesa.

Fraqueza: possui um cristal de veio de seu planeta que não pode sair de perto dela por muitas horas.

Peculiaridades: Rabo e orelhas de gata e asas de fada quando se sente ameaçada. Olhos mutantes. Geralmente castanhos. Em situações de perigo, mudam de cor do prateado ao azul anil passando por todas as cores dos antigos planetas de Irids.

Em situações de lutas fora de seu controle nascem asas furta-cor de suas costas, orelhas felinas e uma cauda parecida com a de um cavalo aparecia de sua ultima vértebra lombar.

Não utiliza força física, e sim força mental.

Possui sangue com as 7 cores de seu planeta.

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Levantei-me um tanto atordoada pelo sonho que havia tido naquela noite. Levei a mão à cabeça para ver se não era uma febre.

Não era... Apesar de estar totalmente suada.

O que poderia ser esse sonho com demônios centenários reencarnados em pessoas que sequer eu conhecia?

Eu estava atordoada e ainda com as imagens fortes das pessoas que vi no sonho. Havia um garoto no sonho que muito me incomodou dentre outras pessoas estranhas, que não me pareciam muito gentis.

Caminhei pelo corredor a ligava meu quarto ate a cozinha. Comi meu cereal e tomei suco de soja e logo em seguida corri para um banho relaxante.

Alguns minutos se passam e ouve-se um som de estática nas caixas de som e existiam pelos cômodos da imensa casa.

Naquele lugar aconteciam periódicos ensaios do grupo de danças que possuíamos. O grupo era famoso no mundo todo por montar coreografias e especiais visuais que nenhum humano consegue fazer sem ajuda de equipamentos ou tecnologia de imagens.

A voz sonora de David soa em alguns auto-falantes me chamando.

- Nisa, venha aqui no setor de programas holográficos, por favor.

David é uma inteligência artificial criada a partir de um computador central. É uma espécie de holograma feito em matéria física palpável. Uma imagem que se pode tocar com as mãos, sentir o calor.

Ele não é um robô e foi criado quando imaginei em ter um amigo para me acompanhar em minha existência eterna. Como David não é de matéria orgânica, sempre estará comigo em qualquer situação.

Ele é uma mistura de holografia projetada por computador, realidade virtual e inteligência emocional não programada. David tem inteligência como a humana e memória infinita.

Cabelos negros esvoaçantes na altura nas orelhas, de franja no rosto, corpo levemente definido, músculos pequenos e delicados de quem faz Ioga. Possui olhos azul escuros e mede 1.80 de altura. Esta sempre de bom humor e é extremamente sarcástico.

Por telepatia iniciamos uma breve conversa.

- O que há? Novidades? – eu estava terminando o banho e sai de toalha na cabeça na direção em que me solicitavam

- Há uma freqüência interferindo na montagem holográfica de algumas coreografias nossas. – ouvi seu suspiro cansado – E não parece ser dessa dimensão temporal em que estamos. Como você vive viajando ao vento em mil direções dimensionais, talvez reconheça de onde é a imagem. – a voz dele foi acompanhada de um sorriso cínico.

Mesmo estando ainda no corredor caminhando na direção da sala de hologramas, eu fiz um leve movimento de mãos e um copo de chá gelado que se encontrava próximo as mesas de edição cair sobre David.

– Tome cuidado com o que fala! – sorrio parando diante da porta começando a pentear os cabelos longos e vermelhos que caiam até a cintura.

David colocou a cabeça molhada no batente da porta, ficando muito próximo de meu rosto e ficou me olhando com fios de cabelo grudados na testa.

- Obrigado pelo banho. Você adivinhou que eu estava de cabeça quente. – passou as mãos na franja e concluiu- A pena é que agora as abelhas virão me atormentar.

Caímos na risada enquanto me sentava na cadeira ao lado dele e olhava uma vidraça que mostrava um local vedado a som usado para ensaios.

- Você não sabe o que é cabeça quente até ver os rapazes com quem eu sonhei esta noite... – passo as mãos nos cabelos de David e senti os dedos úmidos. – Havia uma briga, um demônio o corpo de um garoto... um campeonato maluco.

Ele me acompanhou com o olhar e sorriu.

- Obrigada, prefiro me abster de seus sonhos, garota. – ele apontou para uma porta fechada atrás de nós. – Mas nossa realidade não parece muito diferente.

Aquela porta levava a uma sala usada para ensaios mais difíceis, onde usávamos imagens tridimensionais em laser.

Ao entrar na sala de hologramas senti varias presenças que não eram daquele local. Dei alguns passos visualizando as imagens que se projetavam ali e encarava os rostos das pessoas.

As sensações que tive no sonho daquela noite me vieram à mente claramente. Senti o suor brotar em minha testa.

Continuei andando em meio aquelas pessoas que na verdade não estavam ali. A sensação era surreal. Eu via muitas pessoas, mas elas não me viam ou sequer sentiam minha presença . Pensei em alguns rostos que vi em meu sonho mas não os encontrei.

Suspirei e fiz um coque nos cabelos.

- Bem, acho que foi coincidência. - paro diante de um homem alto de cabelos pretos curtos usando um kimono com símbolo da Coréia enquanto falo com David. – São pessoas agitadas. Mas não as conheço, não.

Mecho na franja dele e sorrio achando-o muito bonito para ser um lutador.

Dou mais alguns passos e paro em frente a um rapaz loiro de cabelos longos e presos em um boné vermelho que parecia discutir com um oriental.

David sorri de canto de lábios e começou a falar quase para si mesmo.

- Logo imaginei, você não se empolgou com eles. Vieram algumas imagens como essas assim que entrei na sala hoje. O que me deixa grilado é que não estão presentes por aqui. Eles não estão nem perto, nem longe. São pessoas de outra data. Estamos em 2008, no Brasil. E elas não são desse ano, muito menos daqui do Brasil.

Levantei as orelhas para o comentário e sorri escondida dele. Eu sabia que David estava tentando me atiçar a curiosidade.

Saber que aquelas pessoas não estavam ali significava uma viagem no tempo para conhecê-los.

- Quero vê-los pessoalmente – Viro para meu companheiro de diálogo que estava agora rodando sentado na cadeira da mesa de controle esperando que eu falasse alguma coisa.

- Tem certeza? Isso ta parecendo uma briga... e das feias! – David se virou aos poucos para um painel a sua frente onde conseguia remontar as imagens que estavam aparecendo ali.

Ele recolocou cada uma das pessoas tridimensionalmente ao meu redor, de forma que a cena de briga e discussão parecesse clara e real.

Aos poucos as pessoas começaram a se mover ao meu redor, ligeiramente embaçadas e distorcidas.

Havia uma leve distorção em um local próximo as imagens, alguns sons começavam a ficar claros.

Senti meus olhos faiscarem de alegria ao descobrir aquilo.

- Temos uma fenda temporal aqui. – ao falar isso, dei um passo me adentrando pelo pequeno espaço distorcido em meio as pessoas.

Respirei o ar do novo lugar que eu não conhecia, fechei os olhos por alguns instantes para me acostumar à iluminação e percebi que as pessoas eram nítidas, não mais embaçadas.

Parei atrás de um homem com um moicano imenso, senti um forte cheiro de perfume desconhecido. Até que o aroma não era desagradável, mas estava forte demais.

Olhei para meus braços. Estavam embaçados. Nesse meio tempo ainda sou um espectro entre os dois espaços.

Olhei em direção a pequena fenda temporal e avistei David cruzar os pés encima de uma mesa de controle de som ao mesmo tempo em que cruzava os braços na altura do peito.

- Você nem gostou disso né, Nisa?? – ele disse vagarosamente sabendo que eu lia seus lábios.

Comecei a rir e acenei positivamente para ele.

- Como você adivinha rápido! – falei e comecei a andar entre as pessoas, que, para mim, já pareciam reais.

Passei a palma da mão nos cabelos negros e curtos do oriental que estava a discutir com o loiro de boné e dei uma volta observando as roupas de ambos.

O oriental usava um jeans confortável e uma jaqueta branca com detalhes negros. Começo a pensar se minhas roupas não estão estranhas.

– É, não estou tão mal vestida para ocasião.

Eu estava de jeans escuro, tênis preto e uma blusa preta de tecido leve, mangas compridas e gola alta.

O rapaz, ao sentir o toque leva às mãos a cabeça e coça levemente a franja. Sorrio da situação.

Eu podia tocá-lo mas ele não podia m,e ver. É no mínimo engraçado que eu possa fazer isso a uma pessoa que estava com o semblante tão serio.

- Eles acham que somos como vento ou espíritos que assombram os locais, não é Dav .... – engulo as palavras enquanto ouço o estalido de um curto-circuito e uma faísca logo a minha frente.

Por instantes me sinto deslocada no espaço tempo, fico tonta e sou levada ao chão com um vento que passava pelos meus cabelos, desamarrando-os.

A fenda temporal se rompeu por completo. Meu contato com David no outro lado já não existia mais.

Instintivamente me teleporto para qualquer direção. Mas sinto que ao invés de fugir da situação, me enfiei mais ainda no meio da pequena multidão.

Giro em meus calcanhares pensando que mais uma vez em minha vida fiz uma entrada triunfal e estúpida no meio de pessoas estranhas. Naquele momento eu estava de frente a 2 grupos de homens muito irritados com algo que eu sequer sabia o que era.

Respirando fundo, fecho meus olhos por milésimos de segundos e ouço algumas perguntas que as pessoas que assistiam a briga se questionavam: “ Quem é essa ai?” “ Mais uma novata!” “ Que técnica é esta?”

Nem tenho tempo de pensar muito em quem me que questionava, pois quando volto a visão para a realidade, sinto que o oxigênio em volta de mim é roubado, um vácuo é precedido de um vento quente que vem logo em seguida.

Senti um impacto de algo em minhas costas e fui projetada para frente.

Abri os olhos e vi que havia um rapaz de cabelos cinza encima de mim. Ele se virou e me perguntou com um sotaque arrastado de nórdico:

- Está Machucada? – havia uma ruga de preocupação em sua testa.

Olhei para ele sem jeito e com certa força levantei-o com as pernas e o joguei para o lado.

- Hey que recepção no mínimo calorosa, hein!!! – bato as mãos no chão e me levanto num pulo rápido com raiva. – esta todo mundo com alta dosagem de testosterona aqui?

Viro-me procurando o rastro do que me atingiu pelas costas. Vejo um grupo de 4 pessoas ao lado de um homem carrancudo, parecido com vilões mafiosos. Neste grupo havia um infeliz com pequenas chamas roxas entre as mãos e uma cara de sarcástico escondida atrás de uma franja vermelha escorrida pelo rosto.

Sem pensar muito começo a caminhar em direção a eles, mas sinto um puxão em meu braço.

- Fique aqui. Isso não é da sua conta e você pode se machucar. - Era o mesmo rapaz que havia me tirado da reta do incendiário e se jogado em cima de mim.

Ele tinha olhos claros, cabelos prateados rebeldes, a sua calça estava chamuscada, não usava camisa o que deixava a mostra uma tatuagem tribal negra no tórax todo.

Um arrepio me corre pela espinha quando recebo o toque dele novamente em meu braço. Revi uma das cenas do sonho e aquele homem que havia me salvado do golpe era o demônio que eu vira em sonho.

Cocei minha franja nervosamente sem entender muitas coisas.

Quem diria que eu me meteria no meio de um grupo de briguentos daqueles? A cena parecia caótica: além da multidão espalhada entre as calçadas que assistia a luta eufórica, haviam outros rapazes se atracando aos poucos com golpes que eu não sabia identificar de quais artes marciais eram. Também existiam pequenos focos de incêndios espalhados ao redor do bairro.

Era noite, ventava frio e o céu estava rajado de nuvens e estrelas apagadas.

A luta entre o rapaz de cabelos cinzas e o ruivo reiniciara.

Saí de fininho na tentativa de ver melhor as coisas e voltaria com mais noções de quem eram eles.

(continua...)