O REINO DO SENTIR

À medida que o tempo passa – com o decurso dele sempre a nosso favor, coroando a prática literária – vamos excogitando e nos familiarizando com os códigos autorais, desta forma se torna mais fácil entender o que determinado criador artístico propõe através de sua escrita. E desta maneira, conseguir penetrar na significação semântica e vir a poder compreender o que foi efetivamente registrado por sua palavra prosaica ou poética. Enfim, aos poucos, através da familiarização com a sua obra, vamos tomando conhecimento do que ele quis ou queria dizer. Poucas pessoas se dão conta de que aquilo que se projeta no leitor tem muito do que o autor realmente pensa, porém nem sempre transparece o que é do seu modo constante de ação ou foco pontual no mundo dos fatos. Há que se ter em conta que a literatura ficcional é o reino da fantasia, da farsa e do fingimento. Vale, pois, repetir que aquilo que a obra de ficção aborda é mera coincidência com a vida real. É o sentir do autor que se reproduz de maneira diferenciado em nós. Um reino pleno de novidades e fantasias que pulsa no coração do outro e convida à viagem por caminhos transfigurados. Tanto para o autor quanto para o convidado ao diálogo...

– Do livro O CAPITAL DAS HORAS, 2014/15.

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