Uma trajetória I

14 de janeiro de 2015.

Acordo às 5h da manhã, e constato que jamais me adaptarei a este horário; às 6h30min já estou nas dependências da escola morrendo de sono, pois sendo o primeiro dia a ansiedade me pegou de jeito, e não me deixou pregar os olhos. Assino o livro de ponto, aguardo o passar das horas, e em seguida sou conduzida a uma sala de nome "B.II". A colega me recebe com simpatia e me diz que o trabalho será de observação.

Às 7h principia a chegada das crianças, as quais são recepcionadas até às 7h30min. A sala comporta crianças de um a dois anos, e matriculadas 26. Elas são recebidas no colo pela educadora mais antiga, isto feito por cima de uma meia porta fechada, onde posteriormente elas são colocadas ao chão ou em carrinhos.

No chão, há quadrados emborrachados e coloridos, designados de tatame. Quase todos chegam e permanecem ali num coro patético, choram incansavelmente.

Algumas crianças, precisamente três, ainda não andam e vão para carrinhos, onde são balançadas constantemente numa tentativa inútil de faze-las calar. O período da manhã é desesperador, o choro não cessa de forma alguma, e se uma para outra imediatamente assume a batuta como um maestro conduzindo as demais. É necessário mantê-las acordadas, pois às 10h30min é servido o almoço, e só então irão para o soninho.

Neste meu primeiro dia, antes mesmo do relógio bater 10h eu já dizia a mim mesma que este concurso era "uma furada", aquilo parecia mais um hospício, com som enlouquecedor, se fossem medidos os decibéis, com absoluta certeza passariam dos 100 dB.

Sou convencida de que é apenas o começo, e de que as crianças ao acostumarem-se a vir, torna-se-iam alegres, receptivas, dóceis, etc.

Professora Educadora Tia
Enviado por Professora Educadora Tia em 08/03/2015
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