PELOS TRILHOS...

...DA HISTÓRIA...

Manhãzinha bem nublada

Ainda encobria a estação

O frio era a nossa parada

Caminhos da solidão.

Maria-Fumaça apitava...

Até parecia canção...

Coração só acelerava

Nos caminhos da amplidão!

Os trilhos já seculares...

Na arte da construção!

Profundos e densos pilares,

História da civilização.

Os pássaros ainda dormiam,

Na névoa a tudo esfriar,

Mas nos corações de meninos,

Soava mais um despertar!

O vento então assoviava...

Teimoso a nos castigar

Aos Lírios Brancos da mata

E da Serra aos Manacás!

Havia belas Quaresmeiras...

Aquelas que vivo a cantar!

Tão roxas...eram só tremedeiras

Nas cachoeiras a trepidar!

As Araucárias esguias...

Buscavam o caminho do céu,

Enquanto se degustava as balinhas,

De gengibre com gosto de mel!

De cima aquele mundo é tão lindo!

Tem cor de pura emoção...

Mas sei que quando se está subindo,

Há risco de se cair ao chão!

Do sol os raios eram tênues...

Mas a natureza Divina!

Cenário quase tão perene,

Ao tudo que tive um dia...

Hortências também "pragueavam"...

A serra de rara beleza,

Os Copos de Leite...encantavam,

Reinavam com realeza!

O mundo que existe lá embaixo

É terno...de delicada poesia...

Pessoas de sorriso alargado,

Conheci só belas Marias!

-Balinhas de bananas!

Gritavam as quituteiras!

Na lenha um bom "barreado"

Que História mais alvissareira!

No curso do rio Nhambiquara,

Cenário de rara beleza,

Um Famboyand Mergulhava,

Ao som dum Sabiá Laranjeira...

E quase uma vila caiçara...

Baía de Paranaguá!

Uma região portuária...

Saudade se despede de lá!

O mar me sorriu com alegria

Queria apartar a tristeza...

Inspirou-me tanta poesia,

Fiquei até muito surpresa!

Alí...há força do trabalho!

Ninguém lá sabe o que é o ócio!

À tardinha reza-se o rosário

A Nossa Senhora do Rócio...

-E a Maria- Fumaça?

Num cantinho a lamentar,

Apita o tempo que passa...

E que a espaireceu...pelo ar!

Nota do autor:

Foi nesse clima que nós e o trenzinho descemos a bela Serra até Morretes e Paranaguá!