POEMA CATÁRTICO (em homenagem ao "saco- cheio")

Cansei de todos os reis

Dos seus "puxa- sacos" patéticos

Cansei do que não se fez!

De todos os atos maléficos.

Cansei de tanto ladrão

Pelo ladrão dos vis ralos!

Cansei da imensidão

Avalanche dos tantos descasos.

Cansei de todo buraco

Da arte de ludibriar

Cansei de acordar assustado

Sem ter como rombos pagar!

Cansei de todos os sábios

Sequer travestidos de gente

Cansei inclusive de gente

Projeto de gente, indecente.

Cansei de ouvir tanta asneira

Também de ver tanto capacho

Cansei de gente alvissareira

Com desgraças só em despachos!

Cansei de tanto paraquedista...

Atletas dos campos minados

Da sua versão de artista

Larápio dos futuros roubados!

Cansei de quem bate palma

Em timbre sempre abobado

Cansei do palanque da esmola

Com chapéu do rosto suado.

Cansei da falsa gravata

Postada em colarinhos de espanto!

Cansei de tanta transparência

Invisível...em todos os cantos.

Cansei, como eu cansei!

Dos alpinistas dos tempos

Projeto sequer de palavras

Perdidas no sopro dos ventos!

Cansei da incompetência

Palavra sempre de prontidão

Cansei da obsolescência

Na cadeira de ocioso bundão!

Cansei dos homens de peso

De fácies estereotipadas

Bonecos feitos de gesso!

Fantoches das horas tão vagas!

Cansei das promessas confusas

Das falas sem veracidade

Da sabedoria obtusa...

Da degradação das cidades.

Cansei dos projetos de umbigos

Que a nenhum derredor o comtemplam

Da vida condenada ao curículo

Do nada que sempre aventam!

Cansei do politiqueiro!

Que faz o que não sabe fazer!

Da promessa em tom zombeteiro

Da fala do que nunca se fez!

Cansei de pagar tanto pato

Aos patetas de patati- patatá!

Cansei da cultura no papo

Do nada a acrescentar.

Cansei, se é que posso cansar!

Das cenas tão vagabundas!

Teatro a vandalizar

A vida de quem cedo labuta!

Cansei também do resultado

Do tudo que nunca se vê

De gente que arrota no papo

Caviar...num jejum de doer!

Cansei das ideias roubadas...

De gente sem ter o que fazer!

Levando o dinheiro suado

Do povo que não tem como viver!

Que já me perdoem o cansaço

Em trova, eu a desabafar

O meu poeminha catártico

Que hoje... cabe em todo lugar.