TROVAS DE SER-NÃO-SER

No início da madrugada de 14 de dezembro de 2012

O anel que tu me deste

Era vidro e se quebrou.

O amor que tu me tinhas

Era pouco e se acabou.

De Ciranda infantil

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TROVAS DE TRISTURA

A estrela que eu te dei

era cadente e sumiu?

A estrela que tu me deste

por onde anda no céu?

Anéis para os nossos dedos

eram invisíveis e os víamos

com os olhos da nossa alma

que não mais, nunca se acalma.

Nunca se acalma esta alma

que te dei, que tu me deste.

Onde os céus que se partiram?

Onde os anéis para os dedos?

Sei que houve outras estrelas

nestes céus da tua alma.

Nem todas elas me amam.

Tento sempre compreendê-las.

Ninguém mais fiel tiveste

aos teus segredos mais fundos

que são também meus segredos

e com zelo os guardo, todos.

Poupa-me do teu ciúme

que cego como o assum-preto

transforma em lama, a estrela

e o canto dela em negrume.

Só negrume a estrela-lama

canta, tal canta o assum-preto.

Teus passos pisam essa estrela

que te iluminava, bela,

as noites, de insônias longas,

os dias de insones sonhos,

a vida, de ouro antigo,

- céus de eternas turbulências

céus das mais fundas tristuras

céus de loucas esperanças

céus dos mais longínquos voos

que as nossas asas voaram

céus dos quais nunca voltamos

mas voltamos, obrigados,

para sempre estrangeiros,

eu mais que tu, que tens Pátria

outra, escolhida por alma.

Eu não, tu eras a Pátria

que me cabia por sina.

Sina: Pátrias adversas

e de destino mutante,

que me afirmas e me negas

às vezes no mesmo verso

na alma do mesmo instante.

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