PARALEGAL E SUAS IMPLICAÇÕES NA VIDA DO BACHAREL EM DIREITO.

Uma notícia que está atordoando, perturbando e tirando o sossego de muitos Bacharéis em Direito, Bacharelandos em Direito, Estagiários e a Ordem dos Advogados do Brasil, chama-se PL 5749/2013 de autoria do Deputado Federal Sérgio Zveiter filiado ao PSD-RJ.

O assunto está mais que debatido, mas ainda não ouviram o clamor dos mais interessados: os Bacharéis e futuros Bacharéis, além, é lógico, dos Estagiários.

Os motivos que levaram o Deputado a adentrar com a referida e polêmica PL, são os mais variados possíveis:

a) A qualidade do ensino nas Universidades brasileiras são precárias;

b) Outros países (Canadá e EUA) já utilizam a figura do Paralegal e tem dado certo;

c) A OAB lucra e muito com os Exames que custam R$ 200,00;

d) Os Bacharéis em Direito são uma classe demasiadamente crescente e há profissionais “esbarrando um no outro”;

e) O Exame da OAB é rigoroso e os Bacharéis em Direito necessitam de preparo por 3 anos após graduação para poderem encarar um processo de seleção pela “rigorosa OAB”, dentre outros.

De plano, se esta PL prevalecer, haverá um notório e justo descontentamento por parte dos Estagiários, vez que os Paralegais, fatalmente, em função da conclusão do curso, serão recrutados por estarem bem mais preparados para executar as atribuições pertinentes em um escritório de advocacia, prejudicando, consequentemente, o Estagiário.

No que concerne à qualidade de educação dos cursos de Direito do Brasil, isto não é da competência do criador da PL. Vamos devagar!

Há um órgão no Brasil, denominado MEC – Ministério da Educação e Cultura e este sim, é totalmente habilitado para rastrear, fiscalizar e quando há irregularidades nas IES, nos cansamos de saber através das mais variadas mídias, que o MEC não se inibe em aplicar uma intervenção na Faculdade, pleiteando o ajuste, e, caso não seja acatado nem resolvido no prazo estabelecido, o tal curso será fatalmente fechado. Isto tem ocorrido com certa frequência.

Nesse diapasão, a Ordem dos Advogados do Brasil também tem feito suas pesquisas e averiguações, acompanhando e pedindo providências no que tange à melhoria da qualidade do ensino jurídico no Brasil ao perceber irregularidades e deficiência curricular.

O interesse da Ordem dos Advogados do Brasil é colaborar com o bem estar da sociedade, vez que um advogado bem preparado é sinal de uma sociedade bem representada e acolhida, isto, certamente é um ideal perseguido pela autarquia.

Um fator que arde em chamas no coração de quem toma conhecimento da inovadora e polêmica PL dos Paralegais, é o fato de bradarem à plenos pulmões que a criação da nova “profissão” já está estabelecida e dando certo no Canadá e nos Estados Unidos.

Engraçado, é que brasileiro tem o péssimo hábito de copiar os feitos oriundos de outros países e entendem - com uma falsa convicção plena - que tudo o que deu certo em outras culturas, em outros países, fatalmente, será um sucesso aqui no Brasil. É muita falta de criatividade e um espírito encarnado de Control C + Control V que não cessa.

Lembrem, caros políticos, que os costumes são diferentes, as necessidades também, os salários granjeados da mesma forma, dentre outros tópicos relevantes.

Temos vários exemplos de práticas adotadas no Brasil que tornaram-se um fiasco, mas que foram copiadas, principalmente dos Estados Unidos.

Deixemos de ser meras máquinas de copiar e tenhamos ideias e ideais pertinentes com a realidade brasileira, pois estamos em regiões bem díspares e certas inovações baseadas em exemplos externos não nos levarão à lugar nenhum.

Por enquanto, como Bacharelando em Direto em fase final, ao ler uma PL deste cunho, somos assolados por uma sensação de desgosto, sentimento de tempo perdido, mexendo com nosso emocional, sonhos e projetos tanto nossos, como de nossos colegas com que compartilhamos a notícia.

Não precisamos de “portas das facilidades”, mas sim de mais oportunidades após nossa graduação, com remunerações envolventes e motivadoras.

Temos, por obstinação e preparo, a convicção de que passaremos, sim senhor, no Exame da Ordem dos Advogados do Brasil, entendendo que a seleção que rotulam como "rigorosa", torna-se indispensável, por medir os conhecimentos adquiridos pelos Bacharéis em Direito ao longo dos 5 anos do exaustivo curso.

E outra coisa pra lá de importante:: Não é a Universidade quem faz o aluno ser bom ou ruim, mas o empenho, interesse e disposição do discente.

Este sim, pode estudar na mais singela faculdade e mesmo assim ser um exímio aluno, aplicado, leitor de todos os livros recomendados, antenado com as mudanças no âmbito jurídico, disposto e focado.

Este aluno, seguramente será um sucesso no Exame da OAB e a aprovação virá com o louvor a que faz jus, vez que ele não tem o que temer.

Finalizando: Nós não estudamos 5 anos para nos tornarmos meros Paralegais, mas, ambiciosos, almejamos ser Pra Lá de Legal.

Não limitem nossos talentos, pois não queremos ser Paralegais, mas pra lá de legais.