Uma breve ironia

Vi você passar toda torta carregando os livros nas mãos e a velha mochila nas costas. Feito uma cigana, eu tive uma visão, o povo gritando o meu nome, logo me perguntei se era piada ou alucinação. Roupas de grife, carro importado, a pobreza esquecida e a falta de instrução, então eu só me perguntaria: onde está o meu bom senso? Pois a corja não vê nada disso.É tão fácil fugir e fazer vista grossa e assaltar os cofres públicos. Querem que eu me cale, mas não me calarei. Eles podem me fuzilar, até querer provar inocência que, no caso, não há.

Nunca vão convencer nesse museu de falcatroas, eles querem respeito, mas pilantra que é pilantra se garante, não se esconde na sua própria covardia. Nas escolas só se fala em futuro, mas nem um sálario digno o governo proporciona aos verdadeiros doadores de conhecido, e acham muito, o pouco que lhes pagam. E eu não quero ser professora, não quero levar porrada na assembléia em busca dos meus direitos, ninguém merece!