Ah! Se fosse nos Estados Unidos!

Motorista bêbado mata cinco pessoas na Rodovia. Motorista mata casal, que deixou uma criança de noves meses. Preso do regime semi-aberto mata uma moça. Pessoa é assaltada e morta. Aposentado é morto na porta do banco. Gangue espanca jovem até a morte. Pessoas são agredidas na avenida paulista. Jovem é sequestrado e morto.

Todos os dias notícias como essas são divulgadas nos jornais e telejornais e na outra semana, as notícias parecem as mesmas, e na outra semana, as notícias parecem, parecem, as mesmas.

As mães choram, os pais sofrem, e as pessoas vão morrendo, sendo assaltadas, ficam com síndrome do pânico, se trancam em casa e os infratores estão na rua.

Quem são os culpados? A polícia? A Justiça? O Poder Executivo? O Poder Legislativo? Todos são culpados em especial a própria sociedade.

A sensação de impunidade, a falta de valores, a certeza que é possível fazer o que bem se entender tem levado a um aumento da violência, e dos crimes violentos, e um culto da impunidade.

Um menor acaba de matar uma pessoa, e depois de apresentado no Juizado da Infância e Juventude acaba sendo liberado para os pais, segundo muitas vezes é divulgado na mída, enquanto a família da vítima sofre.

No curso do processo, com certeza o infrator alegará inocência e dirá que a culpa foi da vítima. Afinal, quem mandou a vítima pular na frente da faca, assustar no momento do assalto, ou mesmo ter expressado a sua opinião.

Em nome da ampla defesa, do contraditório, e também da presunção de inocência, um homicídio é cometido, uma agressão é realizada, e logo o infrator estará respondendo ao processo em liberdade.

Apesar deste caos, alguém dirá, "Ah! Se fosse nos Estados Unidos, seria tudo diferente!".

Mas, acontece que os brasileiros não vivem nos Estados, e é preciso que a sociedade brasileira enfrente a realidade, e busque os meios necessários para que a paz e a ordem seja mantida e quando for o caso seja restabelecida.

Mas, enquanto isso não ocorre, vamos nos trancar em casa, fazer um convênio com a casa de mútuo, e uma promessa para algum santo para que o fantasma da violência, que para muitos seria uma ficação, não apareça em nossa vida. Afinal, viva o mundo moderno e como se dizia é proibido proibir.

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