JUÍZO DE VALOR SOBRE O ESTÉTICO

Por ser um adepto do pensamento filosófico de Hans Hegel, sempre funcionarei como aquele analista que tem reservas ao resultado estético fruto (somente) da instantaneidade da intuição, aquela cujo contexto não passa pelo mecanismo consciente da memória, ou seja, gestada sem a participação do racional. Necessário faz-se a abordagem lúcida, consciente. Todos sempre ganham com este proceder. Todavia, reconheço que instantaneidade criativa é a desencadeadora do processo artístico e esta centelha original é fundamental para o processo. Sem ela, pode sobrevir o Nada... A obra de arte copia a vida e a enriquece com suas nuanças. A síntese que sobrevém após a ocorrência da tese e da antítese, é enriquecida pelo provérbio português de que “da discussão nasce a luz”. Feliz daquele que não se basta de per se... Aprendo com todos os que me honram com a sua palavra, mesmo que não concorde com ela. Todavia, ao pensar, faço o meu juízo de valor, e, com ele, descubro o Novo que enriquece muito além do estético. O mais curioso é que ainda há confrades que negam o papel da chamada "Transpiração", aquela da qual pode vir a exsurgir o FORMATO DEFINITIVO da peça poética. A prática da transpiração sobre o poema valoriza a condição humana, na qual o pensar é a pedra de toque...

– Do livro OFICINA DO VERSO, 2014/16.

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