ROMANCE - OUTROS TIPOS
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Estudos Literários
A classificação dos tipos de romances é um tanto confusa pelo simples fato de dependerem de pontos de vista. Por isso todas são passíveis de discussão. Nosso objetivo não é discutir o problema da classificação, nem os pontos de vista dos estudiosos do assunto, mas, sim, apresentar os tipos como referenciais para pesquisas mais profundas. Assim, relaciono abaixo, mais alguns, de acordo com o tipo de abordagem (tema principal), conforme pesquisas feitas em diversas fontes:
O Romance Intimista explora o interior das personagens (angustiados, solitários, sufocado pelo meio social, incomunicáveis ou pouco comunicativos) desnudando seus traumas, seus problemas psicológicos, religiosos, morais e metafísicos. Tem a mesma linha de sondagem interior, iniciado por Clarice Lispector. São exemplos de romance intimista: Angústia, de Graciliano Ramos; Isaías Caminha, de Lima Barreto; Ciranda de Pedra, As Meninas, de Lygia Fagundes Telles; Reunião de Família, de Lya Luft; O Encontro Marcado, de Fernando Sabino; para só citar alguns.
O Romance Memorialista e / ou Autobiográfico surge na ficção brasileira na década de 80, misturando autobiografia, relatos de viagens e reflexões de intelectuais que viveram no exílio ou foram testemunhas das atrocidades cometidas pelo regime militar. Entre seus autores estão: Pedro Nava (Baú de Ossos); Érico Veríssimo (Solo de Clarineta I e II); Fernando Gabeira (O que é isso Companheiro?).
O Romance Policial clássico tem como enredo o esclarecimento de um crime pela habilidade e coragem de um detetive. As primeiras narrativas policiais se devem a Edgar Allan Poe. Um precursor do romance policial foi Conan Doyle, autor de O Cão dos Baskervilles (1902), e criador do detetive Sherlock Holmes. Doyle criou o esquema que dominou o romance policial até cerca de 1930. Entre os mais famosos autores destacam-se Aghata Christie e o belga Georges Simenon, que escreveu nada menos que 125 romances policiais entre 1931 e 1952. Na ficção brasileira Rubem Fonseca é considerado o melhor do gênero policial, sobretudo em A Grande Arte (1983). Outro bom autor é Marcelo Rubens Paiva (Bala na Agulha), entre outros.
O Romance de Ficção Científica surgiu em 1920 e se firmou a partir de 1937, com as obras de Hugo Gernsback, John Wood Campbell e Edward Ernest Smith. Os temas são em geral invenções ou descobertas secretas, autômatos dotados de inteligência, monstros espaciais ou de laboratório, guerras intergalácticas etc. Os precursores deste gênero foram Júlio Verne, H. G. Wells e Olaf Stapledon, mas foi a H. G. Wells, autor de A Guerra dos Mundos (War of the Worlds, 1898), que coube o título de criador da ficção científica.
O Romance Galante surgiu no século XVII, como uma forma de evasão aristocratizante. O romance galante teve como precursor o romance picaresco. Evidenciava a vida do povo faminto, com autobiografias reais ou fictícias de uma personagem de baixo nível social que tenta sobreviver por meio de trapaças. Entre os autores do gênero destaca-se Francisco Gómez de Quevedo y Villegas, com Historia de la vida del Buscón llamado D. Pablos (1626), que conta a história da vida dum gatuno chamado D. Pablos.
O Romance Negro é marcado por crimes hediondos, cujas personagens são dominadas por vícios e paixões criminosas: Justine ou As Desgraças da Virtude, de Sade, é um bom exemplo.
O Romance Didático utiliza uma história fictícia para divulgar um ensinamento. Serve como exemplo: Émile, de Rousseau.
O Romance Pastoril e uma antiga narrativa literária de caráter bucólico, cujos heróis eram pastores e pastoras, como em: Menina e Moça, de Bernardim Ribeiro.
O Nouveau Roman surgiu em 1947, com Retrato de um Desconhecido de Nathalie Sarraut. Chamado por Jean-Paul Sartre de anti-romance. Nos fundamentos do Noveau Roman está a rejeição ao romance psicológico e a defesa de uma anti-psicologia no romance. Na obra o homem foi descrito como coisa entre as coisas, com o predomínio de uma descrição dos objetos. ®Sérgio.
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O Romance Epistolar ou em Cartas
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Para maiores informações a respeito deste estudo ver: Alfredo Bosi - História Concisa da Literatura. Massaud Moisés. Tipos de Romance, in A Criação Literária, São Paulo, Melhoramentos, 1973, pp. 293-295. / E-Dicionário de Termos Literários, coord. de Carlos Ceia, ISBN: 989-20-0088-9. Disponível em <http://www.fcsh.unl.pt/edtl/index.htm>
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