TEORIA LITERÁRIA #010: ANACRUSE TUPLETINO ESMERALDINUS

Este estilo poético criado por JOÃO BOSCO ROLIM ESMERALDO com ritmo e cadência que lembram uma melodia, faz parte da série VERSOS ESMERALDINUS. Assim, facilitaria, e muito, a melodização do poema, caso queiram transformá-lo em música. Suas características principais são:

Anacruse: contagem das sílabas acontece a partir da sílaba antecedida por um apóstrofo que obrigatoriamente deve ser uma tônica ou subtônica.

Ex. Eu an'dava angustiado por aí, sem rumo algum...

Tupletino: imprime uma quiáltera na contagem de sílaba identificada entre plics ['] sinal semelhante ao apóstrofo. Obrigatoriamente deve-se identificá-lo ao final do verso com a notação (x,y) onde “x” é o número de sílabas que devem ser pronunciadas como se tivessem apenas “y”. Ex.:

'Verdadei'ro a'migo é o que chega nos momento de necessidade (3,2)*

E em Seu ombro te aconchega mesmo em calamidade.

(*) Tuplet ou quiáltera em “Ver-da-dei” pronunciando rápido como se fossem apenas 2 sílabas. Observe o sinal em [a'migo] que indica o início da contagem de sílabas (anacruse).

Se for utilizado mais de um tuplet em um mesmo verso, então os separe por vírgulas. Ex.: (3,2),(4,3),(3,2).

Evitar o abuso de tuplets ou quiálteras para não quebrar a beleza e o ritmo da leitura.

Métrica: definida no primeiro verso que deve ser mantida até o final do poema.

Acentuação rítmica: Livre, porém sugiro uma das seguintes para dar ritmo e leveza durante a leitura, declamação ou a musicalização da obra:

Binária [2,4,8] – lembra o rondó, samba, marcha etc.

Ternária [3,6,9] – lembra valsa, mazurca, minueto;

Quaternária [2,4,6] – lembra a balada, rock, MPB e outros.

Prosódia: Deve ser mantida para evitar a silabada e cacófatos.

ANACRUSE TUPLETINO #001: EM TEMPO A VIDA RECOMPENSAR

Soneto anacruse tupletino

No ritmo ternário

Por isso, en'quanto a vida transcorria lenta e calma (anacruse)

Quis ficar nesta varanda a contemplar

'Quase per'di o que de melhor a alma acalma (3,2) [quas' perdi]

Paz que a vida reservou-me e quis-me dar.

Como inerte, sem ação, permaneci

Muita coisa que eu podia, mas não fiz

Desbotou-me na alma a paz, desvaneci

Já no ocaso, vivo a vida que não quis.

Jovens, moços, um conselho quero dar-vos

'Enquanto é' tempo, aja e viva intensamente (3,2)

Pra depois não lamentardes a quedar-vos

Nunca é tarde, pois sempre é tempo 'pra recome'çar (4,3)

Remir o' tempo, enquanto há tempo, em pura mente (3,2)

E afinal, em tempo a vida, repensar.

Alelos Esmeraldinus
Enviado por Alelos Esmeraldinus em 31/07/2011
Reeditado em 01/08/2011
Código do texto: T3130046
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