A CANTATA
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Estudos Literários
O vocábulo cantata vem do italiano; é o diminutivo de canto. Portanto, sua origem (italiana) prende-se a música, mais especificamente ao solo. No campo da literatura a cantata manteve a originária feição musical, visto que se destinava ao canto, e admitia os mesmos recursos cênicos que lhe estão na raiz (coros, solos, árias, recitativos). Não seria sem razão dizer que era o libreto de uma pequena ópera.
De forma literária essencialmente culta e de ampla extensão, a cantata gira sempre em torno de uma ação solene ou galante. Entretanto, é peculiar à cantata o tratamento de um caso fúnebre acontecido a pessoas de alta estripe.
Do ponto de vista estrutural, não apresenta forma fixa: nos primeiros tempos de sua história, compunha-se de duas partes: uma, a mais longa, descritiva e destinada à declamação; outra mais breve, de estrofes e versos curtos, destinada ao canto (ária). Por vezes, no canto final era introduzido um refrão que dividia a composição em estrofes. Mais tarde, fragmentaram-se em três momentos, correspondentes a introdução-desenvolvimento-conclusão, e, por fim, a composição desligar-se-ia, então, de esquemas demasiado rígidos para se ajustar mais livremente à construção poética dramática. Quanto ao metro, a princípio, empregava-se o decassílabo (dez sílabas) entremeado de hexassílabo (seis sílabas) no recitativo e tetrassílabo (quatro sílabas) na ária. Posteriormente, refletindo as mudanças ocorridas, outros metros foram introduzidos.
A cantata tornou-se moda no século XVII e XVIII. Em Portugal, a mais famosa cantata é a Cantata de Dido, de Correia Garção, inspirada no livro IV da Eneida. São também, dignas de nota, as cantatas de Bocage: Medeia, A Morte de Inês de Castro, a Morte de Leandro e Hero. Entre nós, cultivaram-na Sousa Caldas, Olavo Bilac e outros. ®Sérgio.
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A Cantata – Estudos Literários.
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Ajudou neste estudo: Massaud Moisés - A Criação Poética; Cultrix, S. Paulo, 1977.
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