A Pertinência da Morfologia da Face Humana com a Literatura

O semblante humano é algo fantástico. É impressionante como até os gêmeos apresentam algum detalhe na face que os diferenciam. O nosso rosto é a nossa maior identidade, os números dos nossos documentos não chegam nem próximo disso. Nele transparecem todas as nossas virtudes e defeitos. Há alguns anos eu estudo a morfologia da face humana, julgo que isso seja importante no meu trabalho literário. Afinal, no momento em que crio um personagem, eu preciso lhe dar um rosto, seja ele um protagonista, um antagonista ou um personagem secundário. E todos esses rostos são importantes na composição literária.

Com a análise suscinta da face humana, eu descobri que cada rosto, na maioria das vezes, transparece a personalidade do seu dono. Existem nuances impercebíveis aos olhos mais desleixados mas que são importantissimos a fim de demonstrar o caráter de uma pessoa, por exemplo. Fisionômias severas, fisionômias orgulhosas, fisionômias alegres, semblantes que esbanjam integridade moral, semblantes que esbanjam maldade ou promiscuidade, tudo isso pode ser analisado nos indivíduos que estão ao nosso redor. E essa diversidade de faces e de comportamentos são de um valor incomensurável para o escritor. Nessa fonte o autor pode beber a todo o momento e caso tenha alguma dúvida sobre como se comporta um semblante qualquer, somente é necessário dar um passeio numa das ruas de sua cidade.

Então, a literatura tem um rosto? Sim, possui, é o do povo, e, no final das contas, é também o do próprio autor.

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Fábio Pacheco
Enviado por Fábio Pacheco em 11/06/2008
Reeditado em 09/07/2008
Código do texto: T1029591
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