RETRATO DE MINHA CASA

Como esquecer se morei lá por quinze anos

E justamente no meu tempo de menino?

Minha mente gravou tudo no meu tino

Tudo pintado em quadros cotidianos

A casa tinha alpendre e cumeeira

Calçada alta de pedra branca no oitão

Na sala, primeiro andar igual sótão

Em frente o açude e a serra costumeira

Não esqueço o retrato de minha casa

Está marcado a ferro, fogo e brasa

Na memória viva, está em meu viver

Um dia fui embora para o mundo

Mas não o esqueço nem mesmo um segundo

Está gravado muito forte no meu ser