Póstumo

Na morte da beleza tendenciosa,

Tenebroso espanto vil e sepulcral

Jaz na morada dos mortos, ociosa,

Na sepultura pluviosa um ser espectral.

Marmórea figura fria e escabrosa

Conto do tinhoso abjeto e infernal

Um coração títere do mal ciosa

Tez gélida nesta lama ocre e venal.

Um túmulo infinito e bem retido

No poeta lisboeta aqui banido

Intermináveis noites em Nix feitas.

Cortesã viciosa no ópio refeita

Ninguém pranteia teu feitio maldito e lívido

Vermes que devoram o teu sentido.

HERR DOKTOR
Enviado por HERR DOKTOR em 08/05/2024
Reeditado em 09/05/2024
Código do texto: T8059168
Classificação de conteúdo: seguro
Copyright © 2024. Todos os direitos reservados.
Você não pode copiar, exibir, distribuir, executar, criar obras derivadas nem fazer uso comercial desta obra sem a devida permissão do autor.