Vítima do Cupido
Afasta-te, Cupido, de mim agora!
Pois o amor, irmão gêmeo do ódio, se revela,
Desperta o ardor, elimina o pudor,
Na mistura de esplendor e cautela.
Não uses meu coração como alvo,
Pois ser amado traz poucos embaraços,
Mas amar, ah, é pedir para acabar em pedaços,
Em meio a vários percalços.
Quem ama verdadeiramente compreende,
O peso de entregar-se ao sentimento,
Amando o outro mais que a si mesmo, em pensamento.
Embora haja quem me tente, Cupido,
Em ser alvejado por sua flecha ardente,
Quando acerta o alvo é quase sempre fatal.