Juízo Final sem fim
Morri, mas não deixei de viver
Ando vendo espíritos a todo instante
Por esta estrada, é difícil de crer
Que a última alvorada terá um fim reconfortante
O luto por algo ainda vivo
Parece sem sentido algum
Mas o Juízo Final é um evento infinito
No espelho, vejo reflexo nenhum
Olhares solenes me encaram
Nesta rua sem descanso, nem trabalho
Acho impossível um “feliz para sempre”
Já que a eternidade é mãe de muitos filhos
Perdidos, em luto, sem reflexo, sem crença
Vagam sem destino eternamente