Juízo Final sem fim

Morri, mas não deixei de viver

Ando vendo espíritos a todo instante

Por esta estrada, é difícil de crer

Que a última alvorada terá um fim reconfortante

O luto por algo ainda vivo

Parece sem sentido algum

Mas o Juízo Final é um evento infinito

No espelho, vejo reflexo nenhum

Olhares solenes me encaram

Nesta rua sem descanso, nem trabalho

Acho impossível um “feliz para sempre”

Já que a eternidade é mãe de muitos filhos

Perdidos, em luto, sem reflexo, sem crença

Vagam sem destino eternamente

anne s
Enviado por anne s em 22/04/2024
Código do texto: T8046965
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