ARQUIVO MORTO
Soneto Clássico – Imperecível Criação de Petrarca
A consciência, verdadeiramente,
ninguém pode arquivar, ninguém, todavia,
sempre existe alguém, intencionalmente,
buscando auferir os lucros da hipocrisia.
A sensação de exercer a prepotência
possibilita os momentos de se esquecer
de que a ideia de arquivar a consciência
soa absurda, impossível de ocorrer.
No arquivo morto não morreram os vícios
silenciando as chicanas processuais
inveteradas, megeras imorais.
A incineração seria, dos malefícios,
o mais radical, embora o arquivamento
da consciência não tenha cabimento.
MARIAN BATTISTELLA PACELLI