PEDRA

 

Se a vida é uma vidraça, sou a pedra 
que rompe o espaço, quando não se espera,
severo outono em plena primavera
e a flor que no cerrado seco medra.

 

Medusa, cujo olhar ao outro empedra, 
e Fénix, que a si própria regenera,
anjo que traz em si voraz pantera,
mas nos vinhais de mágoas, faz a redra.

 

Eu sou, também, a lágrima e o sorriso,
que em vários versos rudes, verbalizo,
caso contrário, nunca escreveria.

 

Sou sonho e pesadelo, sou aquela
que tudo que é agridoce, enfim, pincela
com tintas da emoção da poesia.

 

Edir Pina de Barros

Edir Pina de Barros (Flor do Cerrado)
Enviado por Edir Pina de Barros (Flor do Cerrado) em 18/04/2024
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