Chover no sertão
Quando a chuva que cai benfazeja,
Molhando a terra seca e sedenta,
Transforma a paisagem sertaneja,
E ao povo cansado e sofrido alenta.
O sertanejo, ligeiro, nem pestaneja,
Levanta-se cedo e não se lamenta,
Chega ao roçado e a enxada maneja,
Como se não fora mera ferramenta.
Ele já não cabe em si de contente,
E cava a cova com golpe certeiro;
Segue logo enterrando a semente.
Não esquece de agradecer, primeiro,
Ao Deus Pai, este grande presente,
Que é plantar e colher por inteiro.
Recife, 02/03/2024