Chover no sertão

Quando a chuva que cai benfazeja,

Molhando a terra seca e sedenta,

Transforma a paisagem sertaneja,

E ao povo cansado e sofrido alenta.

O sertanejo, ligeiro, nem pestaneja,

Levanta-se cedo e não se lamenta,

Chega ao roçado e a enxada maneja,

Como se não fora mera ferramenta.

Ele já não cabe em si de contente,

E cava a cova com golpe certeiro;

Segue logo enterrando a semente.

Não esquece de agradecer, primeiro,

Ao Deus Pai, este grande presente,

Que é plantar e colher por inteiro.

Recife, 02/03/2024

Luís Xavier
Enviado por Luís Xavier em 02/03/2024
Reeditado em 06/03/2024
Código do texto: T8010937
Classificação de conteúdo: seguro
Copyright © 2024. Todos os direitos reservados.
Você não pode copiar, exibir, distribuir, executar, criar obras derivadas nem fazer uso comercial desta obra sem a devida permissão do autor.