Poesia Pagã

Do meu sexto livro, Passionetos, Google para adquirir.

O amor é como uma incompleta metafísica

Uma só veia que não, jamais, se sacia

E aqui estou, nela atritando acesa faísca

Liberando nos egos a transcendência mítica

O amor é como nos negros lírios dançando

Uma só flor que desabrocha, espreita orvalho

E aqui estou desmantelando buquê, detalho

Renego a dor, no seu colo viro anisanto

E minha alcova é como esquecida gruta

Encontrada por você, ó amado, que escruta

As correntes, maré que vazio preenche

Sim, minha alcova é poesia pagã

Mão capaz de ferir, põe-me talismã

Faz do fel e do gozo inebriante ponche