Maldição
Mandado por Antero-do-Quintal,
Amante da Florbela-que-me-Espanca,
Há tempos desisti de ser criança
Que almeja o verso puro, o ideal.
O sonho, que me jura ser real
(céu azul, sol dourado, nuvem branca),
Fenece na gaveta da lembrança,
Guardando apenas cinzas doutro mal.
Desgraças frutificam todo instante:
As frases destroçadas pelo aborto...
Os “erros” evitados sem motivo...
O sábio me parece o ignorante
Que vive sem saber que esteve morto,
E morre sem saber que estava vivo.