Soneto XII
Quando penso nos dias vividos
nas noites passadas acordadas
nos nossos desejos renascidos
no querer d'alma velada.
Quando olho seus cabelos dourados
a ternura de seus lábios amedrontados
a sua pele marcada aos toques inflamados
a lua refletida nos amores já aclamados.
Relembro o doce amargor de te amar
Embalsamado pela chama escura
não pense sequer em um dia dizimar
Ao seu lado, meu amor, não há loucura
Existe o fogo a espera do queimar
E a essência do estar finalmente se curar.