ONDA DE CALOR - (no cerrado)

No cerrado, o sol referve, em fulgor ardente

As copas dos pequis, na nuance estorricada

Tortos galhos nus. E a planície descalvada

Escaldado sertão, pela, a sensação da gente

Não há sombra, poeirento chão, céu luzente

Desmaiado vento e, o mormaço pela estrada

Buritis de braços abertos, geme, dita fadada

Súplice quentura, o purgatório sofregamente

E, inflamado, sussurrante, e tão inconstante

Ofega, quase sem querer, sem ter vontade

Para enfrentar, bravamente, o dia torturante

No prado corre o suor, ressumado, tom maior

E nesta verdade um rogo suplicante, piedade!

O cerrado, encalorado, arde na onda de calor.

© Luciano Spagnol - poeta do cerrado

24 setembro, 2023, 16’54” – Araguari, MG

Canal do YouTube:

https://youtu.be/3AYTUYBCEOU

Luciano Spagnol poeta do cerrado
Enviado por Luciano Spagnol poeta do cerrado em 24/09/2023
Reeditado em 25/09/2023
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