Apanhador

Uso os versos para compor o meu vazio

A poética tem a pulsação no aconchego

Gosto do tinido tão cheio de desapego

Do silêncio, assim, os momentos, recrio

Compreendo bem o sotaque do cerrado

O balé do vento entre as folhas, aprecio

Tenho em mim o cheiro do mato, de rio

E, n’alma um ser do sertão, apaixonado

Trago abundância, a ilusão, sou afetivo

O meu abraço é maior que um legado

Sou apanhador com visível significado

De um olhar, do toque, daquele motivo

Queria que a safra fosse de arrepios

Que cada formato, o poema narrativo

De amor, assim, sendo, o latejo vivo

Arfando, sobretudo, os meus vazios

© Luciano Spagnol - poeta do cerrado

06/08/2023, 19’32” – Araguari, MG

*paráfrase Manoel de Barros

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Luciano Spagnol poeta do cerrado
Enviado por Luciano Spagnol poeta do cerrado em 06/08/2023
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