Soneto 38: SOMBRA E DESALENTO
Na minha alma, a angústia se entrelaça,
E a dor em meu peito encontra abrigo,
A insegurança me envolve, me ameaça,
E o medo, implacável, me traz castigo.
O amor desvanecido, sem precisão,
Não espera mais o paraíso sonhado,
A esperança partiu do meu coração,
E a mágoa agora reina no lugar sagrado.
Em vão busco a cura, a paz desejada,
Pajelanças não dissipam a tormenta,
Os males fundem-se, raiz encrustada.
E assim, desprovido de luz e alento,
Na desesperança me perco e me afundo,
Nas sombras d'alma, o eterno desalento.