PESADELO

(Interação ao poema A UM PORCO MORTO, do poeta Herculano Alencar)

Ih! Agora é que a porca torce o rabo!

Confesso que adoro uma costela,

Como poderia viver sem ela,

Que só de pensar, já salivo e babo.

Barriga cheia, na rede desabo,

E logo um pesadelo me atropela:

Vendo a sangria pela janela,

Bate a tristeza e com ela me acabo.

Quando estiver comendo meu torresmo,

O meu prazer jamais será o mesmo,

Aquele prazer que antes sentia.

Fui aprender de um modo tão medonho,

Foi preciso ter a visão, num sonho,

Para que eu soubesse o que já sabia.

Jota Garcia
Enviado por Jota Garcia em 05/09/2022
Reeditado em 05/09/2022
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