NOVAMENTE (cerrado)

Inverno, secura no cerrado, tempo ateu

Galhos desfolhados, chuviscos cobiçosos

Numa imensidão dos diversos frondosos

O ipê, na aspereza, com beleza floresceu

Melancólica brisa, surgiu, e se escondeu

Aquele horizonte em devaneios saudosos

Aguerridos gramíneos em vigores teimosos

Cá em agosto no planalto, singular apogeu

Tudo empoeirado, rara aquela boa aragem

O vendaval se atirando no infinito do nada

Desnudado os tortos galhos, díspar imagem

Mas, o cerrado convertedor, intensamente

Passa tão audacioso pela árdua temporada

Para em outubro, viçoso, brotar novamente

© Luciano Spagnol – poeta do cerrado

27 agosto, 2022, 16’16” – Araguari, MG

Vídeo no Canal do YouTube:

https://youtu.be/uL_VqgLSgHw

Luciano Spagnol poeta do cerrado
Enviado por Luciano Spagnol poeta do cerrado em 27/08/2022
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