SONETO DOR

Tu és a espada na dura rocha encravado,

Mais do que isso, em triste gaiola aprisionado;

Dos quatorze versos sonho um dia libertar-te

Nem que pra tanto deva apurar a minha arte!

Soneto Dor, eu não te quero engaiolado,

Muito menos por vil Prometeu agrilhoado;

Quero quebrar as tuas grades em toda a parte

E do Destino atroz finalmente aliviar-te…

Desprezíveis poetastros servem-se de ti

Julgando que contigo almejam subir mais

Mas não passam, porém, de reles camafeus

Que nem potência têm d´ arrancar a Excalibur!

E, desde que eu, em tal estado assim te vi

Cá para mim jurei livrar-te dos chacais –

Que fingem ser a toda a hora amigos teus! –

E dar-te preito fiel à imagem do Rei Arthur.

Soneto meu, soneto Dor, por entre brasas

Atiçadas dia a dia por míseros detratores,

Quero aumentar-te muito mais as tuas asas

E tornar-te o maior de todos os Condores!

Frassino Machado

In INSTÂNCIAS DE MIM

FRASSINO MACHADO
Enviado por FRASSINO MACHADO em 20/08/2022
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