Dias adiados

Quantas palavras soltas pelos cantos,

Sem arrependimentos, sem perdões.

Quantas dores contidas, quantos prantos,

Deixados, esquecidos nos porões.

E quantos sofrimentos, desencantos,

Mágoas, tristezas e desilusões,

Abandonadas, sem seus acalantos,

Ignoradas, sem compreensões.

Há sempre amores não correspondidos;

Paixões amarguradas, nunca ditas

E sentimentos nunca percebidos.

E nessas procrastinações malditas,

A vida passa sem seus coloridos

E sem as suas vestes mais bonitas.

Hélio Cabral Filho
Enviado por Hélio Cabral Filho em 16/08/2022
Código do texto: T7583374
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