Conversa íntima

Às vezes canta em mim um rouxinol

com notas maviosas, de esperança,

às vezes há em mim um arrebol

que a minha desventura acalma e amansa.

Mas outras vezes há jardim sem sol,

de flores murchas, secas, só lembrança

de tempos em que, feito um girassol,

desafiei das sombras a ordenança.

E nessas horas mais desventurosas,

em que minha alma tem um mudo grito,

tento entender a voz das secas rosas.

Não são conversas fáceis nem tranquilas

é como discorrer com o infinito

e dói demais... E dói demais ouvi-las!

Geisa Alves
Enviado por Geisa Alves em 17/05/2022
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