Soneto de Aniversário

Esvai-se a vida no pulsar do dia,

despetalando o roseiral vermelho.

Enquanto cai o entardecer no espelho

pendem as rosas na neblina fria.

Faz-se silêncio no jardim que esfria

e cai a neve no fugaz folhelho,

mas rubras flores, que em elã, semelho,

fazem-se abrir, em magistral poesia.

Passam os dias, anoitecem anos,

declina o viço dos anseios primos

em remoinhos outonais, risonhos.

Mas os desejos, por demais insanos,

devem viver, com robustez, nos imos,

pois finda a vida se fenecem sonhos!

Do amigo Jacó Filho:

Embora vá com mais luz,

A vida sai da matéria,

Para sua casa etérea,

Onde anjos a conduz...

Da amiga Vera Mascarenhas:

A vida nos entremeios

sobrevive num apelo louco

ela pode sorrir com pouco

mas isso depende da vida que a contenta

e essa voz se arrebenta

no patamar das paredes sólidas

que insólida não pode ser lamacenta

Geisa Alves
Enviado por Geisa Alves em 06/12/2021
Reeditado em 20/12/2021
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