COMO UMA BORRASCA

Passaste como uma borrasca ferina

Que dilacera a recordação que chora

Da ilusão cheia de sofredora aurora

Triste sensação que o engano ensina

Ter-te e retirar-te, ó tão penosa sina

Que aperta o peito, inflama, demora

Na carência querer-te ainda te adora

No prosar te chamar tornou-se rotina

Amei, louvei, afeições que suponho

No pensamento os sussurros abrigo

E os silêncios na solidão cá ponho...

De minha alma tirar-te não consigo

A lembrança é espinho e falaz sonho

E a saudade suspira e sofre comigo...

© Luciano Spagnol – poeta do cerrado

20/11/2021, 15’15” – Araguari, MG

Vídeo poético no Canal do YouTube:

https://youtu.be/e64QhR1rOaA

Luciano Spagnol poeta do cerrado
Enviado por Luciano Spagnol poeta do cerrado em 30/11/2021
Reeditado em 30/11/2021
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