SONETO DE QUEM AMA QUEM NÃO O AMA

O teu escravo te suplica por carinho

E roga a Deus para que mude o coração

(O teu) de pedra que me causa depressão,

Porque me vejo desdenhado, no caminho.

Queria eu ser um rouxinol, um passarinho,

Cantando o amor no frenesi desta paixão,

Mas sou pungente no sarcófago, no chão,

Querendo ter o teu afago em nosso ninho.

Não sei a causa do desprezo me dás,

Nem o porquê de não regar o nosso amor,

Já que tu tinhas a bondade há um tempo atrás.

Enquanto sofro, no calvário, a minha cruz,

Ao receber o teu deboche e desamor

Eu sou levado ao matadouro já sem luz.

Cairo Pereira
Enviado por Cairo Pereira em 29/11/2021
Código do texto: T7395952
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