SONETO DE QUEM AMA QUEM NÃO O AMA
O teu escravo te suplica por carinho
E roga a Deus para que mude o coração
(O teu) de pedra que me causa depressão,
Porque me vejo desdenhado, no caminho.
Queria eu ser um rouxinol, um passarinho,
Cantando o amor no frenesi desta paixão,
Mas sou pungente no sarcófago, no chão,
Querendo ter o teu afago em nosso ninho.
Não sei a causa do desprezo me dás,
Nem o porquê de não regar o nosso amor,
Já que tu tinhas a bondade há um tempo atrás.
Enquanto sofro, no calvário, a minha cruz,
Ao receber o teu deboche e desamor
Eu sou levado ao matadouro já sem luz.