PRÉ-PÓSTUMO I
Morreu. Bateu as botas. Foi pro saco
E já vai tarde à força de decreto
Sem tanta pompa embora bem concreto...
Na vida um tolo, na arte apenas fraco.
As viúvas vão carpindo um corrupaco
No estilo do defunto, seu secreto
E escroto tolograma, o tão discreto
Augusto a Augustas do balacobaco.
Basta. Já deu. Nem bossa nem boçal
Que a Providência vem salvar de súbito
A pátria lira desse horror sem sal.
Que um raio venha já a tribuna ou púlpito
Em luto pelo rei do lodaçal,
A quem lamente a lápide do estúpido.
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