MIRANTE DO POETA
Silva Filho
 
 
 
Momento há em que uma dose d’absinto,
Pode até adocicar u’a amargura,
Se o amargor insiste em não ter cura,
Mantendo um coração em labirinto!
 
Enquanto um coração está faminto!
Há uma voz penetrante que murmura,
O tempo também traz a desventura,
Que pode ser sentida pelo instinto!
 
Não há jornada protegida por atalhos,
O vencedor deve enfrentar pedras e galhos,
Para cumprir o tal roteiro do destino!
 
Seguindo em frente como simples viandante,
Faz o poeta do Soneto... um mirante,
Tentando enxergar luz no espaço celestino!