ALMA INOCENTE

Quando senti teu cheiro de moleca do mato,

E vi teu corpo a brincar inocente na lagoa,

Olhei o céu e fiquei inteiramente grato,

Não orei a Deus e supliquei à toa.

Oh! Alma inocente que direi agora,

És para mim mais que uma realidade crua,

Que o meu olhar em vão sempre enamora,

Descendo a ladeira ou subindo a rua.

Bela, inocente alma e mais que docemente,

Faz desse olhar uma canção verdadeira,

Para que eu seja feliz eternamente,

Nem que essa sorte venha derradeira.

Digam os anjos um amém sereno...

Ou me ofereçam um copo de veneno.

Poeta Camilo Martins

Aqui, hoje, 27.09.09