O JOÃO-DE-BARRO

O JOÃO-DE-BARRO

Silva Filho

O joão-de-barro erigiu linda morada,

A fim de conquistar u’a companheira.

A escolhida se exibiu muito faceira,

Ao estilo de uma fêmea desejada.

Quanto mourejo e quanta canseira,

Para o mestre de obras, tal jornada,

Sendo este o preço pra ter sua amada,

Herói a superar qualquer barreira!

Mas um terceiro – dito intrometido,

Fez do obreiro infeliz traído,

Por quem só cultivou a ingratidão!

A Natureza não sói cancelar pena,

E a traidora aceitou sair de cena,

Morrendo ali na casa, que virou prisão!