Meus olhos são opacos, bestiais,

Meus olhos são opacos, bestiais,

minha voz é vazia de expressão,

minha mente não logra os ideais

da humanidade e vivo na paixão.

Meu cheiro animalesco rechaçais

e tal qual cão quadrúpede e poltrão

me afasto e me recolho em fantasmais

latíbulos, selvagem e ermitão.

Sem saber das razões, vou sabedor

de que sou parasita de um jardim,

e me afastando entrego o meu amor.

Longe estou, longe estou, meu serafim!

É findo de me ver o teu rancor;

já não precisarás cuidar de mim.

18/04/2020

Malveira Cruz
Enviado por Malveira Cruz em 18/04/2020
Reeditado em 18/04/2020
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