soneto de Bartolomeu

Atenta-te nobre Bartolomeu, para que se cure dessa saudade impetuosa, e sua paixão libertina, te cuidas! Para que de amor não morras, e nem entregue seja ao boteco de seu Messias. Vadia és tua vida nesse pandemônio, esqueceste de viver, pra lamentar um amor naufragado há distância, canta teu lamento com um copo de água ardente ao lembrar daquela mulher que virtudes não tinha, porém beleza sobrava!

Chora tua alma de tristeza pobre Bartolomeu, pois outro te roubou a esperança de amar aquela pecaminosa mulher, deverias agradecer, pois ao menos o cruzado pra pagar o boteco ainda terás pela manhã.

Deseja tu o manjar do Conde Frederico, se ao menos tu sonhaste o amargo que é o café do conte, agradeceria o favor que a ti fizeste, aquele de posses alheia, comprou um amor do mais puro fel.

Levanta dessa calçada Bartolomeu que o dia finda, o boteco em seguida fecha, teu cruzado acaba, e a vida caminha como o riacho que tens em teu olhar negro, choras tu por algo que a ti não pertence, e deixa que outro beba do amargo que a ti foi negado!

Homem sem direção, pior que um burro velho sem carroça, de nada tens valor, sua vida enterrada por uma senhora sem destino, torturando sua própria juventude por alguns vestidos de cetim, e umas taças de vinho, embriaga suas noites para não sentir a dor de vender sua vida por um castelo de ouro, noites sem fim pra ela; Bartolomeu, ao amor ele brinda, deitado nas sarjeta esperando por mais um dia sem fim...

CONTINUA...

Cristina Campo Bello
Enviado por Cristina Campo Bello em 02/03/2020
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