DELÍRIO
Nua, mas pra inspiração não cabe pejo
Se despe da alma em caligrafia ignota
E, em frêmitos sentidos, traça a rota
Tal os sons de fascínio de um realejo
Na obscuridade bruta de um desejo
O versar dum verso mina gota a gota
Encharcando o papel com sua nota
Musicando a rima num doce arpejo
Em suspiros da imaginação infinitos
As sensações oram quase em gritos
Esfanicando o silêncio num frenesi
Aí, do ventre saem para as mãos
Num balé em rodopios e bênçãos
Num delírio que dá quimera flúi...
© Luciano Spagnol - poeta do cerrado
14/12/2019, cerrado goiano
Olavobilaquiando
Vídeo no YouTube
https://youtu.be/LXVfgWIZmE4