RESSURREIÇÃO DO BARDO EM DÓ MAIOR: Soneto petrarquiano clássico em versos brancos

Eu, que sei tudo, só não sei quem sou:

Uma vaga novela incompreendida…

Eu vivo a cada instante a minha vida

Na praia abstrusa, modorrando à toa.

Rio entre arestas, e grotões, e matos,

Algozes vis de uma alma consumida:

Bandeirante esquecido, sem vitória,

Ardo na chama intensa dos desejos…

Ressuscitado pelas horas mortas:

Vi tesouros sem conta: entre as umbrosas

Ondas de angústia, em suspiroso arranco.

Só vejo sobre a areia vagos traços

E em cada olhar sem luz um sol sem vida.

Irei morar onde as Desgraças moram.

Péricles Ventura Neto
Enviado por Péricles Ventura Neto em 29/11/2019
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