CORPUS DELICTIS

Súcubo obscuro, teu futuro vejo:

No aziago leito hás de deitar teu mago

Lúbrico corpo onde o meu vil desejo

Te vai sorver tão sôfrego, qual gago!

Na tua carne crua o álgido beijo

Da Morte mui funesta faz o estrago.

E empós te morder pútrida qual queijo

Jogo-te ao lixo. E lixo-me e não pago!

E um beco obtuso, após teu uso, é a cama

Onde do estado onírico retornas...

Já estive em ti e agora vive a chama

Negra entre as tuas coxas moles, mornas.

Em breve virá o filho, findo o drama,

Te abrindo qual martelo nas bigornas!

Péricles Ventura Neto
Enviado por Péricles Ventura Neto em 16/09/2019
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