Presinto - soneto

Em meio ao crepúsculo vazio do vestíbulo

Vejo em prontidão teu rosto esbelto a fitar-me

Nesta eloquente parceria do átrio desocupado

Balbucio teu nome mas pressinto o teu apagar.

Diante deste cenário ilusório imagino e penso

Em te apagar de tudo que ainda resta em mim.

Até mesmo das minhas orações em teu louvor

Enterradas nos cofres que viviam a tua espera.

Libertar-me-ei assim de toda e qualquer frigidez

Que com tuas manhas e volúpias intensas ateias

Assolando sem piedade meus sentimentos fartos

Assim será a minha determinação lucida e inexorável

Para exterminar esses confrontos de ideias sem razões

Morrendo de vez toda essa prontidão em que te vejo.