DESTERRO (soneto)

Já do amor findo? Chega! Na tristura sou exilado

Irei, trôpego, embriagado, no amor assim sozinho

O silêncio em coro, nas rosas também há espinho

Choro, angústia, no cerrado, vazio no peito calado

Neste amor, como num sonho, sonho sonhado

Sorrisos, as alegrias espelhadas pelo caminho

Serão guardadas nas lembranças com carinho

Como quem guarda o tesouro um dia achado

Adeus, generoso afeto, prazer do meu desejo!

O mar onde navegou sonegados antigos idílios

Berço onde a quimera desenhou cada beijo!

Adeus! Esta partição, há de pesar-me tanto

Como quem na solidão suplica por auxílios

Jogado num canto, encharcado de pranto...

© Luciano Spagnol - poeta do cerrado

18/07/2019, 05’05’ - Cerrado goiano

Olavobilaquiando

Luciano Spagnol poeta do cerrado
Enviado por Luciano Spagnol poeta do cerrado em 18/07/2019
Reeditado em 30/10/2019
Código do texto: T6698642
Classificação de conteúdo: seguro