Sem razão - soneto

O tempo me abandonou assim a contemplar

Os oceanos de aguas verdes e a mover todos

Os meus pensamentos que chegam juntos.

Minhas lembranças adormeciam aquietadas.

Agora surgem em telas como adereços aéreos.

Aparecem como tênues sombras pinceladas

De um colorido cristalino sem cores elegantes

Que habilmente abafam recordações passadas.

Meus pensamentos retrocedem aos mais íntimos

Sentimentos que em euforia me possa fazer lembrar

E cevar esperanças que o tempo volte ao acontecido

Mas percebo que não posso revolver as alucinações

Que um dia as arquivei em passado morto e sem razão

Para voltar a me dar a esperança agora mortas, findas