O teu mar

O mar que ostenta a tua boca insta e arde

Por um beijo aquiescente neste outono

Em pleno brilho que recobre a tarde

Nos tons rubro, sedoso, doce e altíssono

O serpentear da tua língua, o alarde

Que crepita escondido, quente e uníssono

Invade-me a boca e ainda que eu me guarde

Cedo-me de olhos de um profundo sono

No anseio com que asperges sobre mim

O mar apaixonado e tão revolto

Co' o qual vidrado, encontro-me eu envolto

Respondo com meus lábios de furor

Fundindo as almas íngremes de amor

Unindo nossos pélagos enfim

Alexander Herzog
Enviado por Alexander Herzog em 05/04/2019
Código do texto: T6616204
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